13 de out. de 2010

Uma prece


Eu já falei da saudade que sinto e da falta de lembranças que o tempo apagou de minha memória.
Falei muito e ainda penso sobre isso.
Mas não é verdade que eu esqueci tudo. Embora grande e boa parte de tudo esteja embotoado pelo véu espesso do esquecimento, há uma coisa que eu lembro com clareza: eu prometi não esquecer.
Que tipo de promessa é essa?!
Como eu poderia prometer algo que jamais vou dominar completamente? Eu não tenho domínio sobre minhas lembranças.
Então hoje fui surpreendida por isso. E vim aqui pra dizer: me perdoe!
Eu acabei esquecendo de tudo e esqueci que deveria lembrar.
E agora faço uma prece para que você esteja bem, feliz e que nada de mal ou ruim possa lhe perturbar. Que haja luz por onde quer que você ande e que todas as dores tenham sido amenizadas e superadas.
Sorria porque eu te amo. Você é amado e isso nunca foi esquecido. Está guardado bem fundo em meu coração, tão fundo que não machuca tanto quando lembro de nosso tempo.
Há apenas uma enorme saudade, tão grande que nem sei como cabe aqui dentro de mim.
E isso é o suficiente para lembrar que um dia você existiu em minha vida. Essa saudade tão grande é mais que suficiente para me dizer que eu não vou esquecer de você; por mais que eu tenha esquecido minhas promessas e outros fatos. As lembranças estão aqui, só que enterradas fundo dentro de alguma parte do meu eu.
Rezo para que onde quer que você esteja possa saber que mesmo não lembrando todos os dias, ainda assim você é amado e nunca esquecido.
Porque não se pode esquecer a quem nos deu a vida.
Não se pode esquecer quem nos ensinou a gostar de livros ou quem esteve conosco por toda uma vida, embora tão curta.
Isso eu não esqueci. O tempo não roubou isso de mim, afinal.
Não roubou os momentos de alegria e dor, apenas os nublou.
Então, mais uma vez, eu faço uma prece em meu coração para que você saiba que por mais distantes, fisicamente, que estejamos, por mais que minha memória se degenere com o tempo e que eu esqueça até meu próprio nome, você não será esquecido, não deixará de ser amado, porque você está aqui, dentro de mim, faz parte de quem eu sou e isso nem mesmo o tempo ou a morte pode apagar.
Você é a razão para eu estar aqui e continuar.
Essa prece é para você, pai.

12 de out. de 2010

Irradiando amor - um presente para vocês


O que mais podemos fazer, quando em uma roda gigante, que não apenas girar?
Elevar-se ao mais alto e, livre de tudo, apenas girar.
Seja livre, seja amor, esteja vivo.
Todo o desejo de felicidade e paz estão impressos nestas linhas, nestas palavras.
Espalhe seu sorriso, transborde seus sonhos e derrame seu amor por onde quer que vá.
Não importa o quanto seu coração já sofreu, quantas lágrimas você já derramou ou mesmo que neste momento a vida não pareça tão boa.
Seja o que você quer ser. Seja feliz dentro de você e a felicidade se expandirá para além de dentro de você.
Saia do escuro e liberte o Sol que brilha em seus olhos. Sorria!
Cante bem alto, pule e faça o que lhe vier à cabeça. Apenas viva!
Esse é o seu momento e o tempo é agora.
Não espere para amanhã.
Viva o hoje, o agora. Viva intensamente cada instante, cada gota de vida. Aproveite o máximo que lhe é oferecido.
E se por acaso algo ruim vier, se as nuvens nublarem seu Sol, lembre-se que é possível desenhar com elas. Apenas deite-se na grama e brinque com o que aparece.
Você vai se surpreender com as coisas que pode fazer.
Acredite.
Sonhe.
Viva.
Deixe o mundo girar e gire com ele.
Todas as experiências de hoje, tudo o que você viver agora serão alimento para o seu amanhã. Então plante alegria e esperança. Esqueça as lágrimas, mas se elas forem inevitáveis, lembre-se que um dia secarão e que você pode aprender com elas também.
Tudo é aprendizagem, inclusive o sofrimento. Cabe a nós perceber o potencial em cada circunstância e tirar delas o melhor que se pode, fazer o melhor que podemos com o que nos é dado.
Então é por isso que escrevo estas linhas.
Quero espalhar esperança, quero espalhar alegria, amor, felicidade.
Eu quero plantar boas sementes e ver germinar bons frutos.
Eu quero fazer meus amigos felizes, irradiar um pouco de luz para todos que estão à minha volta.
Levar um pouco da esperança que sinto e mostrar que a vida pode ser um pouco melhor.
É o que desejo, o que espero.
Sejam felizes!

1 de out. de 2010

Considerações

Como uma louca eu me debato insanamente contra sentimentos que tão bem escondo - de mim, dos outros.
Eu me debato contra tudo que tira meu mundo do eixo, do equilíbrio que tão precariamente venho tentando manter com todas as minhas forças.
Eu não sou forte o suficiente.
E eles teimam em voltar - à minha mente, à minha vida.
E eu, impotente, apenas assisto ao desfile da minha desgraça pessoal.
Não sou muito boa com demonstrações de sentimentos.
Prefiro ouvi-los, confortá-los em outras pessoas; isso eu sei fazer.
Eu nunca fui muito boa em ser eu; porque eu nunca fui ensinada a ser, a saber quem eu sou.
Eu não sou boa em mostrar o que sinto porque nem eu mesma sei o que se passa aqui dentro.
Espiral em total desordem.
Caleidoscópio louco e desvairado.
É como estar viva, mas ainda assim não saber como viver.
É como caminhar por uma ponte e ter o desejo louco de subir no parapeito para olhar além, observar tudo e quem sabe, pular.
Mas não há garantias de que haverá alguém em baixo para me pegar...
Não há garantias na vida e isso é o que mais assusta.
Por que sempre fica a pergunta: e se eu pular, o que acontece?
O que acontece se nos jogarmos no vazio?
Venho me debatendo há tempo demais comigo mesma e ainda não cheguei a conclusão alguma.
E nisso consiste estes últimos tempos: precisar olhar em volta e ter medo de fazê-lo.
Que belo espécime de animal eu sou... Tão ridícula em minhas considerações que chego a ser patética as vezes!
Lutando como uma louca desvairada contra fantasmas que nem mesmo consigo enxergar e nem sei se existem... mas eu preciso lutar, então ergo minhas armas e ponho minha armadura.
A vida não é nada fácil quando se foi treinada para ignorá-la e não vivê-la!
Vivendo numa bolha por tempo demais você aprende a ver inimigos por todo lado e ninguém é suficientemente confiável para se abrir.
Quando se vive em uma bolha não se aprende a se defender e isso é assustador porque tudo é grande demais, vago demais.
E eu vivi em uma bolha por tempo suficiente para me assustar com o mundo lá fora.
Portanto, eu coloco meus pés devagar, sinto o terreno e subo aos poucos no parapeito daquela ponte. Mesmo morrendo de vontade de me jogar, eu experimento a vida em doses homeopáticas, de colher em colher.
Eu não abocanho tudo de vez... porque eu tenho medo.