1 de out. de 2010

Considerações

Como uma louca eu me debato insanamente contra sentimentos que tão bem escondo - de mim, dos outros.
Eu me debato contra tudo que tira meu mundo do eixo, do equilíbrio que tão precariamente venho tentando manter com todas as minhas forças.
Eu não sou forte o suficiente.
E eles teimam em voltar - à minha mente, à minha vida.
E eu, impotente, apenas assisto ao desfile da minha desgraça pessoal.
Não sou muito boa com demonstrações de sentimentos.
Prefiro ouvi-los, confortá-los em outras pessoas; isso eu sei fazer.
Eu nunca fui muito boa em ser eu; porque eu nunca fui ensinada a ser, a saber quem eu sou.
Eu não sou boa em mostrar o que sinto porque nem eu mesma sei o que se passa aqui dentro.
Espiral em total desordem.
Caleidoscópio louco e desvairado.
É como estar viva, mas ainda assim não saber como viver.
É como caminhar por uma ponte e ter o desejo louco de subir no parapeito para olhar além, observar tudo e quem sabe, pular.
Mas não há garantias de que haverá alguém em baixo para me pegar...
Não há garantias na vida e isso é o que mais assusta.
Por que sempre fica a pergunta: e se eu pular, o que acontece?
O que acontece se nos jogarmos no vazio?
Venho me debatendo há tempo demais comigo mesma e ainda não cheguei a conclusão alguma.
E nisso consiste estes últimos tempos: precisar olhar em volta e ter medo de fazê-lo.
Que belo espécime de animal eu sou... Tão ridícula em minhas considerações que chego a ser patética as vezes!
Lutando como uma louca desvairada contra fantasmas que nem mesmo consigo enxergar e nem sei se existem... mas eu preciso lutar, então ergo minhas armas e ponho minha armadura.
A vida não é nada fácil quando se foi treinada para ignorá-la e não vivê-la!
Vivendo numa bolha por tempo demais você aprende a ver inimigos por todo lado e ninguém é suficientemente confiável para se abrir.
Quando se vive em uma bolha não se aprende a se defender e isso é assustador porque tudo é grande demais, vago demais.
E eu vivi em uma bolha por tempo suficiente para me assustar com o mundo lá fora.
Portanto, eu coloco meus pés devagar, sinto o terreno e subo aos poucos no parapeito daquela ponte. Mesmo morrendo de vontade de me jogar, eu experimento a vida em doses homeopáticas, de colher em colher.
Eu não abocanho tudo de vez... porque eu tenho medo.

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