25 de set. de 2009

Dias em que não se deve acordar

Certa manhã a garota acordou. Não seria um bom dia para ela, esses não eram os melhores tempos.
Pensou em ficar na cama - definitivamente ela não deveria levantar!
Mas levantou. Fez tudo o que sempre faz em todas as manhãs.
Mas o mundo não estava colaborando...
Ela não dormiu bem, apesar de ter ido deitar às 20:45 e acordado às 5h da manhã.
Ela lavou os cabelos - estava tudo bem para ela até o momento, mas a vida sempre prega preças em quem se levanta em um dia em que deve ficar na cama...
Fez sua maquiagem para ir trabalhar e ao calçar os sapatos para sair [feliz por não estar atrasada] ela passa mal, mas mesmo assim, contrariando todos os avisos ela sai de casa.
Passa uma hora inteira esperando um ônibus e quando este passa, está lotado. Mas, ainda assim ela enfrenta o martírio. Fica todo o trajeto de 35 minutos em pé, levando cotoveladas e pisões nos pés, sem contar, é claro, os empurrões... mas ela foi forte, não desmaiou!
Seus únicos momentos de paz foram os 40 minutos que cochilou até chegar a seu trabalho...onde chegou com uma hora de atraso.
Lá ela finalmente reconheceu que não deveria ter saído da cama.
Tarde demais!
Sentia a todo momento que precisava gritar, quebrar alguma coisa e bater em alguém - precisava explodir!
Mas tudo que fazia era sorrir e agir como se nada estivesse acontecendo, afinal ela é um poço de doçura...
A todo instante se perguntava o motivo de ter levantado e se obrigava a não deixar transparecer o que sentia. Quanto mais alto queria gritar, mais baixa sua voz saía. Quanto mais vontade de quebrar algo ou bater em alguém sentia, mais suave era seu toque.
Um verdadeiro poço de contradições.
Quando finalmente achou que já suportou muito por um dia e resolveu ir para casa [enfrentando a jornada de 80 Km entre cidades, incrivelmente tranquila - com a sorte que teve durante todo o dia era de se esperar que o ônibus virasse, batesse, explodisse. Algo do tipo, você me endende, não é?], novamente pega um ônibus lotado e chega em casa com uma dor de cabeça filha da mãe, de enlouquecer mesmo.
Ela então resolve não lutar mais. Vai para a cama [de onde não deveria ter saído] às 19:45.
Afinal há dias em que não se deve acordar.

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